“Do Paisagismo ao Abstracionismo Geométrico” fica em cartaz
durante todo o mês de setembro
A Casa de Cultura e Museu José de Dome
(Charitas) recebe nesta quinta-feira (5), às 19h, a exposição “Do Paisagismo ao
Abstracionismo Geométrico” do artista plástico Carlos Augusto Mendonça. A
mostra conta com 40 quadros, entre eles, alguns que nunca foram expostos. As
obras ficam em cartaz até o dia 20 de outubro e terá visitações de segunda a
sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 15h às 20h.
Segundo o secretário de Cultura, Milton
Alencar Júnior, essa exposição está no lugar certo. “O Charitas, por ser o
principal reduto da arte em Cabo Frio, merece receber em suas paredes a arte de
Carlinhos Mendonça. É uma honra para o espaço e para a Secretaria de Cultura
poder apreciar obras tão belas e inéditas em Cabo Frio”.
Carlinhos Mendonça, como era mais
conhecido, nasceu em Teresópolis em 1930. Trabalhou desde criança, mas foi em
sua fase um pouco mais velha que entrou para os Correios como carteiro em
Niterói. Nesta mesma época, ele começa a demonstrar interesse pela pintura e a
frequentar aulas de desenho tradicional em gêneros, como natureza morta e
modelo vivo na Escola de Artes Plásticas de Niterói. Entretanto, Carlinhos
preferia os ensinamentos extraclasse com ensinamentos de pintores da escola
naturalista como Aluízio Valle, Jair Pires e Will Stewer, que pintavam na rua.
Em 1953 o artista pegou um trem para Cabo
Frio onde veio trabalhar como leitor de Código Morse. Neste mesmo trem estava
um monge da ordem franciscana com o qual fez logo amizade. O monge ofereceu a
Carlinhos um espaço na torre sineira do Convento Nossa Senhora dos Anjos para
que ele instalasse seu ateliê e produzisse ali suas artes. Ele ficou no local
por dez anos onde amadureceu sua técnica, pintou as paisagens cabo-frienses,
sua gente e pessoas da elite local.
O
artista plástico viveu em Cabo Frio uma época de efervescência cultural. Em sua
roda de amigos estavam Carlos Scliar, Djanira, José de Dome, Jean Guillaume e
Carlos Bracher, entre outros. Todo esse movimento cultural dos anos 60 em
diante influenciou o pintor, um homem livre que nunca teve medo de correr
riscos e vagava pelas ruas e bares sempre observando atentamente a tudo.
Em 2012,
Carlinhos faleceu aos 82 anos no bairro do Portinho, onde morava. Dois anos
antes de sua morte, em entrevista o artista comentou que estava cansado de
pinta paisagens e preferiu se ater as linhas primordiais dos elementos
construtores da forma. “O abuso é na cor, presente, densa, irradiante e
soberana”, comentou ele à época.
Fonte/Texto: Comunicação-Prefeitura de
Cabo Frio