quarta-feira, 4 de setembro de 2019

CABO FRIO-CHARITAS APRESENTA EXPOSIÇÃO INÉDITA DE CARLOS MENDONÇA NESTA QUINTA (5)


“Do Paisagismo ao Abstracionismo Geométrico” fica em cartaz durante todo o mês de setembro

A Casa de Cultura e Museu José de Dome (Charitas) recebe nesta quinta-feira (5), às 19h, a exposição “Do Paisagismo ao Abstracionismo Geométrico” do artista plástico Carlos Augusto Mendonça. A mostra conta com 40 quadros, entre eles, alguns que nunca foram expostos. As obras ficam em cartaz até o dia 20 de outubro e terá visitações de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 15h às 20h.
Segundo o secretário de Cultura, Milton Alencar Júnior, essa exposição está no lugar certo. “O Charitas, por ser o principal reduto da arte em Cabo Frio, merece receber em suas paredes a arte de Carlinhos Mendonça. É uma honra para o espaço e para a Secretaria de Cultura poder apreciar obras tão belas e inéditas em Cabo Frio”.
Carlinhos Mendonça, como era mais conhecido, nasceu em Teresópolis em 1930. Trabalhou desde criança, mas foi em sua fase um pouco mais velha que entrou para os Correios como carteiro em Niterói. Nesta mesma época, ele começa a demonstrar interesse pela pintura e a frequentar aulas de desenho tradicional em gêneros, como natureza morta e modelo vivo na Escola de Artes Plásticas de Niterói. Entretanto, Carlinhos preferia os ensinamentos extraclasse com ensinamentos de pintores da escola naturalista como Aluízio Valle, Jair Pires e Will Stewer, que pintavam na rua.
Em 1953 o artista pegou um trem para Cabo Frio onde veio trabalhar como leitor de Código Morse. Neste mesmo trem estava um monge da ordem franciscana com o qual fez logo amizade. O monge ofereceu a Carlinhos um espaço na torre sineira do Convento Nossa Senhora dos Anjos para que ele instalasse seu ateliê e produzisse ali suas artes. Ele ficou no local por dez anos onde amadureceu sua técnica, pintou as paisagens cabo-frienses, sua gente e pessoas da elite local.
O artista plástico viveu em Cabo Frio uma época de efervescência cultural. Em sua roda de amigos estavam Carlos Scliar, Djanira, José de Dome, Jean Guillaume e Carlos Bracher, entre outros. Todo esse movimento cultural dos anos 60 em diante influenciou o pintor, um homem livre que nunca teve medo de correr riscos e vagava pelas ruas e bares sempre observando atentamente a tudo.
Em 2012, Carlinhos faleceu aos 82 anos no bairro do Portinho, onde morava. Dois anos antes de sua morte, em entrevista o artista comentou que estava cansado de pinta paisagens e preferiu se ater as linhas primordiais dos elementos construtores da forma. “O abuso é na cor, presente, densa, irradiante e soberana”, comentou ele à época.
Fonte/Texto: Comunicação-Prefeitura de Cabo Frio