Assunto foi abordado na entrevista do Diretor
da Instituição
No dia 26 do corrente, o diretor da UFF-Campos dos Goytacazes, Roberto
Cesar Rosendo, concedeu entrevista ao programa Folha no Ar, da Folha FM, de
Campos.
Sempre de forma equilibrada, discorreu sobre vários assuntos-economia,
royalties do petróleo, dentre outros- além daqueles inerentes à Universidade que dirige.
Gostaria de me fixar naquilo que diz respeito ao bloqueio de verbas do Governo
Federal para a Educação.
Conforme já amplamente noticiado, o bloqueio foi da
ordem de 6 bilhões. Desses, 2,2 bilhões seriam destinados as Universidades
Federais.
Segundo o Diretor da UFF, o contingenciamento aconteceu em outros governos,
mas, considera este extremamente severo.
Esclareceu que em finanças públicas existem duas formas de recursos:
capital e custeio.Capital permite que se façam investimentos na construção de edificações
e compras de equipamento. Os recursos de custeio não permitem a compra, mas tão
somente a locação de equipamentos.
Afirmou que, por forca do contingenciamento, os recursos para
investimentos estão cada vez mais escassos e os de custeio sofreram este ano
uma redução de 30%.
Através de mobilização interna conseguiu-se prorrogar o contrato dos 3
blocos de contêineres, até março do ano que vem. Eles abrigam cerca de 2.300
alunos do total de 3.500.O aluguel mensal é de 170mil. A partir de março, é uma
incógnita.
Por forca das restrições orçamentárias já mencionadas, uma das
alternativas seria buscar-se os recursos através das emendas parlamentares, que
entrariam no orçamento do governo para 2020. Estes recursos seriam destinados a conclusão das obras do novo campus, que se encontram paralisadas desde 2015.Seriam
necessários cerca de 50 milhões.
Com este objetivo, esteve em Brasília, no mês passado para defender a
prioridade dos recursos para a UFF-Campos. Entretanto, naquele momento foram
discutidos apenas os critérios. Um deles foi que das 15 emendas prioritárias da
bancada do Rio de Janeiro, duas delas seriam para Educação e Saúde. Segundo ele
já existe o comprometimento de cerca de 08 deputados e espera a adesão de
outros.
Com toda certeza, outras Universidades públicas devem se encontrar em situação
idêntica ou pior que a UFF.
Pobre do País, em que a Educação e Instituições dependem da benevolência de políticos,
já que o Governo Federal descumpre a própria Constituição e prioriza assuntos menores,
em detrimento de outros mais relevantes.
Gerson Tavares de Nader