A isenção é uma obrigação do jornalismo
O falecido
jornalista Joao Saldanha, quando questionado se o fato de ser torcedor
declarado do Botafogo não influenciaria no exercício do jornalismo, respondia
com desdém: “Não sou filho de chocadeira”.
Justamente,
por não sermos “filhos de chocadeiras” é que temos nossas preferências,
inclusive políticas. Entretanto, o jornalista não pode se comportar como um
torcedor. A despeito de suas preferências ou fatores outros, deve ser imparcial.
Foi justamente isto que demonstrou o jornalista
Guilherme Belido.
Em artigo publicado no site do jornal “Terceira
Via”, de Campos dos Goytacazes, neste domingo, ele discorre sobre a recente
greve dos médicos-encerrada nesta sexta-feira- e, sobre a gestão do prefeitoRafaelDiniz.https://www.jornalterceiravia.com.br/2019/09/01/cidade-em-crise/
Com relação
a greve, apontou os erros cometidos pelas partes envolvidas.
No
que se diz respeito a atual gestão municipal, fez menção a equívocos cometidos
por gestões anteriores que não podem ser imputadas ao atual prefeito. Entretanto,
ressalta, com muita propriedade, que se deve buscar alternativas para tirar a
cidade da crise em que se encontra, ao invés de colocar a culpa na gestão passada,
e na redução nos recursos provenientes dos royalties do petróleo.
Aos
comentários, gostaria de fazer dois registros.
O
primeiro deles se refere aos royalties. Desde Adão e Eva sabe-se que o petróleo
é finito. Por isto é que, além dos fatores ambientais, se buscam novas
alternativas, até mesmo mais baratas. E quando não houver mais royalties? Não mais
serão realizadas eleições para prefeito?
No
que diz respeito a gestão, acrescentaria mais um tema. O prefeito deveria
analisar, também, caso já não tenha feito, se seus auxiliares
diretos, estão cumprindo de forma satisfatória suas atribuições. Costumam
visitar os bairros, ouvindo a população, identificando suas necessidades ou,
preferem o conforto de seus gabinetes, só marcando sua presença em ocasiões que
tragam visibilidades?
Que
o prefeito desculpe a impertinência, mas, só trariam benefícios se ele refletisse
sobre as ponderações do jornalista Guilherme, por sua coerência e imparcialidade.
Gerson Tavares de Nader