70% dos entrevistados destacam economia de
gastos
O orçamento apertado das famílias e o
desemprego ainda em patamares elevados têm levado muitas pessoas a buscar
alternativas na hora de comprar ou mesmo para fazer um dinheiro extra. Um
levantamento realizado em todas as capitais pela Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil)
revela que os produtos usados vêm ganhando espaço entre os consumidores.
Praticamente três em cada dez (28%) entrevistados adquiriram algum item de
segunda-mão pela internet nos últimos 12 meses da pesquisa — percentual que
chega a 39% entre os mais jovens. O ranking dos objetos mais adquiridos é encabeçado
por celulares ou smartphones (29%) e eletrônicos (27%). Em
seguida aparecem roupas e calçados (26%), eletrodomésticos (18%), móveis (17%),
além de brinquedos e artigos infantis (16%).
Dados da pesquisa também mostram uma parcela
significativa de consumidores que vem se desfazendo de objetos sem uso,
principalmente para conseguir uma renda extra. Cerca de 30% colocaram à venda
itens pessoais em sites especializados ou redes sociais, como eletrônicos
(28%), roupas e sapatos (24%), eletrodomésticos (21%), celulares ou smartphones
(20%), brinquedos e artigos infantis (19%), além de móveis (15%). Por outro,
lado, 58% ainda não se sentem atraídos por esse tipo de modalidade. O tempo
gasto para concretizar a venda, para a maior parte dos entrevistados, é
relativamente curto: 40% precisaram de até uma semana, 28% levaram até 15 dias
e 13% até um mês.
A principal razão apontada pelos
adeptos da compra de usados pela web é a financeira: 70%
destacaram a economia de gastos nas transações. Já 34%
demonstraram preocupação em consumir de forma sustentável e consciente,
enquanto 24% revelaram passar por apertos no orçamento, o que justifica a
prática como forma de adquirir produtos a preços acessíveis. Em média, os
consumidores ouvidos adquiriram entre quatro e cinco produtos usados
pela internet nos últimos 12 meses. Os locais de compras mais citados
foram sites especializados (78%), comunidades na internet ou redes sociais
(36%) e aplicativos (23%).
Além disso, 57% dos entrevistados
costumam verificar a possibilidade de comprar um produto usado antes de um novo
e a maioria acredita não ser preciso adquirir um item novo para estar
satisfeito com o seu uso. Para 40%, vale mais a pena adquirir um livro usado do
que um novo, por exemplo. A preferência por usados também é predominante no
caso dos que realizaram compras de carros e motos (37%) e instrumentos musicais
(29%).
“Diante do cenário econômico atual, a
venda de usados tem sido a chance para muitas pessoas de adquirir produtos a
preços acessíveis e lucrar com objetos que estariam parados ou ocupando espaço
em garagens e armários”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela
Kawauti. De acordo com o estudo, seis em cada dez internautas ouvidos afirmam
possuir itens sem uso em casa que poderiam ser vendidos a terceiros (61%).
60% calcularam a economia que teriam
com a compra e venda de usados e 88% acham que atitude traz vantagens
financeiras
Dentre os que compraram ou venderam
produtos usados pela internet nos últimos 12 meses da pesquisa, 60%
calcularam a economia proporcionada, sendo 41% no caso da
compra e 34% com a venda. Em contrapartida, 40% nunca fizeram esse tipo de
cálculo. Para 88% dos consumidores, a economia de dinheiro com a
compra de usados foi significativa em alguma medida para o
bolso.
“O comércio de usados vem ganhando
cada vez mais espaço graças aos marketplaces, plataformas online de compra e
venda que concentram diversas lojas e marcas em um mesmo local. Mas é preciso
pensar muito bem antes de fazer uma aquisição. Comprar priorizando apenas o
`ter´ e não considerar a real necessidade pode levar ao endividamento e até
inadimplência”, orienta o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’ e do SPC Brasil, José Vignoli.
Metodologia
A pesquisa ouviu 904 consumidores em
um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas que compraram
pela internet nos últimos 12 meses. Em seguida, continuaram a responder o
questionário 800 consumidores fizeram alguma compra ao longo deste período. A
margem de erro é de 3,3 p.p no primeiro caso e 3,5 p.p no segundo, para um
intervalo de confiança a 95%.
Fonte/Texto: CDL-Campos dos Goytacazes