Brasileiros com
CPF negativado devem, em média, R$ 3.277
Em ritmo de
desaceleração, o número de consumidores com nome sujo continua crescendo. Dados
apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que em agosto
houve um avanço de 2,00% na quantidade de inadimplentes ante
o mesmo mês do ano passado. Em contrapartida, o volume de
dívidas apresentou queda de 0,83%. Essa retração resulta em uma
discreta diminuição do número médio de dívidas contraídas por pessoa física,
que caiu de 2,2 em janeiro de 2010 para 1,9 no dado mais recente.
Para o
presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o cenário econômico não tem
favorecido a redução da inadimplência, muito embora o crescimento do número de
pessoas com contas em atraso aconteça de forma moderada. “Há uma frustração
quanto à retomada da economia e os reflexos positivos na vida do consumidor.
Com o desemprego elevado e o achatamento da renda, a capacidade de pagamento
das famílias ainda não voltou a pleno vapor. A expectativa é de que a
inadimplência comece a recuar a partir de 2020”, analisa.
Inadimplente
deve, em média, R$ 3.277. Contas básicas de água e luz seguem puxando ranking
de atrasos
Somando todas
as pendências, cada consumidor inadimplente deve, em média, R$
3.277,74. Pouco mais da metade (53,0%) tem dívidas de até R$
1.000 e 47,0% acima desse valor. Já descontando os efeitos da inflação, os
valores observados agora são menores do que se observava no início da série
histórica, em 2010. Nesse intervalo, houve forte enxugamento do crédito.
De acordo com
o indicador do SPC Brasil, apesar da queda no total de dívidas, houve avanço em
alguns setores. Considerando as contas de serviços básicos, como água e luz,
foi registrado um avanço expressivo de 17,6% no volume de atrasos na
comparação com agosto de 2018. O segmento de bancos também apresentou alta de
2,8%, enquanto comunicação e comércio, por sua vez, tiveram quedas de 19,5% e
4,7%, respectivamente.
“O consumidor
deve priorizar o pagamento de dívidas com juros mais elevados, como cartão de
crédito ou cheque especial. Atrasar contas de serviços básicos, como água e
luz, pode traz problemas de corte do fornecimento, embora os juros sejam
baixos. O ideal é organizar o orçamento para evitar o ‘rodízio’ de contas, em
que se escolhe a cada mês qual será paga em detrimento de outra”, orienta a
economista-chefa do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Norte supera
Sudeste e avança 5,24% no número de devedores
Quando se
observa os resultados por região, apenas o Nordeste apresentou queda no número
de negativados, com resultado de -0,69%. Norte, Sudeste, Sul e Centro-Oeste
registraram crescimento no volume de consumidores com restrição de CPFs. O
destaque fica para a região Norte, com aumento de 5,24%,
superando o Sudeste — que vinha sendo a região com maior alta desde janeiro de
2018. Sudeste e Sul avançaram 3,65% e 2,03%, respectivamente. Já a região
Centro-Oeste teve o menor crescimento em agosto, com alta de 0,91%.
Em relação ao
número de dívidas, o levantamento mostra que apenas Sudeste e Norte
apresentaram avanço, de 1,60% e 1,32%, respectivamente. Por outro lado,
Centro-Oeste, Nordeste e Sul registraram recuo no volume de dívidas
registradas, com queda de 3,64%, 3,57% e 1,35%, respectivamente.
Metodologia
O indicador de
inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases
de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL
(Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações
disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.
Fonte/Texto: CLD-Campos dos Goytacazes