quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

CAMPOS DOS GOYTACAZES-DIREITOS DO CONSUMIDOR

 É necessário que haja mais respeito pelo consumidor 











Quem acompanha o tema, é sabedor que o Judiciário está sobrecarregado.

O Conselho Nacional de Justiça, divulgou material informando os assuntos mais demandados no ano de 2020. Os dados estão contidos em JUSTIÇA EM NÚMEROS 2021

De acordo com o relatório, a Justiça Estadual representa aproximadamente 60% dos processos ingressados no Poder Judiciário.

O Direito do Consumidor é responsável por 1.655.989 ações, o que corresponde a 3,15% % do total de assuntos mais demandados, ocupando a 2ª posição. Acima, apenas DIREITO CIVIL−Obrigações/Espécies de Contratos, com 2.665.873, com 5,08%. Vide folha 273 do relatório citado.

A origem destes números, com toda certeza, é predominantemente, a baixa qualidade dos serviços prestados por diversas instituições.

Os números ainda só não são maiores, tendo em vista que muitos casos são solucionados por órgãos que tratam de pendências em instância amigável.

Vamos citar um caso concreto.

Um leitor deste blog nos enviou um fato ocorrido nesta semana.

No dia 10 de janeiro, comprou junto à Ultrapeças, nome fantasia de Tavares e Riter Comércio de Auto Peças Ltda. diversas peças para seu carro. Dentre elas, uma junta para o motor.

Ao ser informado que ela estava incompleta, de imediato ligou (às 14:45h) para o funcionário que lhe vendeu as peças. Este informou que iria verificar, retornando em seguida. Como até às 17:29h isto não aconteceu, voltou a ligar para o vendedor. Às 18:01h, recebeu o retorno, sem a definição do assunto.

No dia 11 de janeiro, o consumidor inteirou-se das peças faltantes e as informou, ao vendedor, via WhatsApp, para fins de orçamento. Ao recebê-lo, achou o somatório do valor já pago e do novo orçamento elevado.

Após diversas pesquisas, encontrou o jogo completo por valor inferior ao somatório mencionado. A diferença de valor era da ordem de R$95,00. Optou por comprá-lo, o que solucionaria, de vez a pendência e,  devolver à Ultrapeças o componente incompleto.

Lá chegando, no dia 12 de janeiro, foi direcionado ao funcionário que se identificou como Miguel.

Inicialmente, este informou que não caberia a devolução do valor pago, pela junta do motor, porque o prazo para isto era de 03 dias, conforme constava na Nota Fiscal.

O consumidor, surpreso, ponderou que o prazo não havia se esgotado, tendo em vista que havia adquirido o produto no dia 10 de janeiro.

O Sr. Miguel informou que iria conversar com o financeiro, no interior da loja.

Ao voltar, informou que como a compra foi com cartão de crédito, o cancelamento, teria que ser sido feito no mesmo dia (não procede como veremos a seguir). Por este motivo, a devolução do valor seria através de vale.

O leitor ponderou que não procedia a informação quanto ao prazo para cancelamento junto à operadora do cartão e que não concordava em receber o vale. O funcionário manteve-se irredutível.

Diante do ocorrido, dirigiu-se à sede do Procon.

Ao ser contatado pelo Procon, o Sr. Elivan informou que o consumidor poderia retornar à loja para solucionar o problema, o que ocorreu no dia 13 de janeiro, por volta das 07:35h.

Inicialmente, o Sr. Elivan, que, segundo informações, seria o dono da empresa, tentou ponderar que o equipamento estava completo. Ao abrir a caixa verificou que não.

Em seguida, de maneira não muito cordial, informou que iria solicitar o cancelamento do valor, junto à operadora do cartão de crédito. Entretanto, seria necessário aguardar a chegada da funcionária responsável por esta atividade.

O consumidor concordou. Entretanto, ponderou que o assunto poderia ter sido resolvido no dia anterior, o que evitaria que tivesse que se deslocar, novamente, de sua residência até o estabelecimento (duração de cerca de 30 minutos). sob forte calor. Declinou sua idade que é de 71 anos.

De forma irônica, o proprietário da empresa respondeu que caminhar faz bem para a saúde, mesmo com alta temperatura. Indagado se era médico, respondeu que não mas entendia um pouco do assunto. Da mesma forma, mencionou que iria providenciar um carro para levar o consumidor até sua casa. Como se pode observar, o Sr. Elivan também deixa a desejar como médico e humorista.

Graças à forma como o Procon de Campos dos Goytacazes conduziu o assunto, este  teve uma solução "amigável".

Gerson Tavares de Nader