segunda-feira, 10 de setembro de 2018

ARARUAMA – RETROCESSO


Hoje completa uma semana que o Museu Nacional foi atingido por um incêndio



Conforme mencionamos em artigo publicado no dia 03, o descaso e a irresponsabilidade destruíram um dos marcos de nossa cultura.

Foi noticiado ontem que a Policia Federal já identificou onde ocorreu o incêndio. Entretanto, para evitar especulações sobre sua causa, o fato ainda não foi divulgado. Não se descarta a hipótese de incêndio criminoso.

Quaisquer que sejam as causas, as matérias divulgadas pela mídia serviram para escancarar ainda mais o descaso com que a Cultura é tratada neste país. Como já foi dito, Cultura não traz votos. No máximo prestígio.

A pouca importância desta área pode ser medida pelas desastradas declarações do prefeito do Rio e do Presidente da República e que geraram indignação. Elas demonstraram que ambos desconhecem a real importância do Museu.

Talvez, como forma de sensibilizar as autoridades, foram publicados artigos demonstrando que a Cultura não deveria ser relegada, uma vez que, quando bem gerida, traz retorno financeiro. Um dos eventos mencionados foi a Flip. Estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas demonstrou que o evento gerou um retorno correspondente a 13 vezes seus custos. Foram gastos R$3,5milhões na organização do evento, com resultado total de R$46,9milhões.

Não deixa de  ser um argumento importante para a avaliação de um gestor mas, não é o que deve prevalecer, já que não se desconhece a importância da Cultura na formação do cidadão.

Um exemplo. O que mais se lê e escuta nos dias atuais é que o brasileiro não sabe votar. Que deveria ter mais consciência neste momento. Só não explicam como se chega até ela.Para alcançá-la (consciência) devem-se levar em conta diversos fatores. Dentre eles e o mais importante é o conhecimento. E o conhecimento é adquirido através da Educação e Cultura.


Além do descaso, outro fator que contribui para o esvaziamento da Cultura é o que ocorre ,quase de maneira generalizada, no Poder Executivo (Federal/Estadual e Municipal).Em sua maioria, os cargos de importância são preenchidos por apadrinhados políticos ou como retribuição pelo engajamento em campanhas eleitorais. A meritocracia e a competência não contam.


Como sempre ocorre, em pouco tempo  a tragédia será esquecida, até que outra aconteça.


E como anda a Cultura em Araruama? De mal a pior!!


Em iniciativa que encheu a todos de esperança, a atual gestão trouxe de volta o Teatro Municipal. Como já comentamos em matéria anterior, a elogiável iniciativa por si só não seria o bastante para alavancar a Cultura em nossa cidade. É óbvio que para que isto ocorra é necessária uma gestão eficiente. E é justamente o que falta.

O Teatro Municipal está subutilizado. Que eventos relevantes ali estão sendo apresentados? Peça escrita e dirigida pelo marido da Superintendente, que também atua, não conta.
Que outras atividades inerentes à Cultura estão sendo realizadas? Raríssimas.

Até um projeto que tinha tudo para se tornar um grande evento e colocar a cidade em destaque na Região, por pura incompetência, se tornou um fracasso. Refiro-me à GINCANA DE PINTURA “O EMPODERAMENTO DA MULHER”.

Desde 2013, Araruama vive um retrocesso cultural do qual dificilmente sairá, persistindo esta fraca administração.

Gerson Tavares de Nader