Entre os
confiantes, 40% apoiam medidas adotadas por equipe econômica do governo
Apesar de o
desempenho da economia ter frustrado boa parte do empresariado ao longo do ano,
o ambiente é de otimismo entre os setores varejista e de serviços com o futuro
do país. Dados do Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa,
apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revelam que sete em
cada dez (67%) micro e pequenos empresários estão confiantes com o cenário
econômico para os próximos seis meses.
A razão que mais
pesa para essa dose de ânimo é o fato de 40% concordarem com as medidas
adotadas pelo governo. Outros 35% disseram não ter um motivo concreto. Em
contrapartida, o número de pessimistas é de apenas 12%. Dentre esses, o fator
principal para o sentimento negativo está ligado às incertezas no campo
político (49%). Além disso, tanto o desemprego quanto o aumento dos preços
também são vistos como entrave para 38% dos pessimistas, enquanto 34% afirmaram
discordar das decisões econômicas tomadas pelo governo.
Quando se
observa as perspectivas para seus negócios, 76% dos micro e
pequenos empresários mostraram-se confiantes em algum grau,
contra 6% de pessimistas. Os otimistas atribuem essa reação ao período do ano
ser favorável às vendas (29%). Já 28% mencionaram estar investindo no próprio
negócio, o que deve favorecer melhores resultados e 28% justificaram uma boa
gestão do negócio como desempenho acima do esperado.
Na avaliação do
presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a liberação dos saques do
FGTS pode impulsionar o consumo, que deve crescer com a chegada de datas
comemorativas importantes, como Black Friday e Natal. “Além, disso, o
empresariado acaba sendo mais otimista com a sua empresa do que com a situação
do país porque apostam em fatores que estão ligados às suas estratégias de
negócio. Mesmo com a economia patinando, muitos acreditam que uma boa gestão
pode minimizar os efeitos externos negativos”, ressalta.
Indicador
de Confiança MPE marca 62,0 pontos em setembro, acima do registrado no mesmo
período do ano passado
O Índice de
Confiança alcançou 62,0 pontos em setembro — número bem
acima do verificado no mesmo mês do ano passado, que foi de 51,0 pontos. Em
contrapartida, na comparação mensal ficou abaixo do registrado em agosto
último, com 63,0 pontos. Ou seja, um recuo de 1,6%.
Pela metodologia
do indicador, a confiança é medida em uma escala de zero a 100 pontos, sendo
que quanto mais próximo de 100, maior é a confiança com a economia e seus
negócios e, quanto mais perto de zero, menos confiantes estão os micro e
pequenos empresários.
Destoando das
expectativas para o futuro, a avaliação do momento atual, tanto da economia
quanto dos negócios, mostra que, em setembro, 34% dos
micro e pequenos empresários têm a percepção de que as condições gerais da
economia pioraram. Outros 31% avaliaram que houve uma melhora
na situação do país. Observa-se, assim, que os empresários estão divididos
quanto ao desempenho da economia.
Quando a
avaliação se detém sobre o desempenho atual dos negócios, um terço (33%)
aponta que as condições gerais de suas empresas melhoraram nos últimos
seis meses, enquanto para 27% as condições pioraram. Entre os principais
motivos do otimismo estão o aumento das vendas (63%), melhoria na gestão (32%)
e redução dos custos (18%). Aqueles que estão pessimistas, creditam as razões à queda
das vendas (71%), ao aumento da concorrência (27%) e à alta dos preços de
insumos e matéria-prima (23%).
64%
dos empresariados ouvidos esperam aumento do faturamento
A proximidade
com uma das melhores datas para o comércio em termos de faturamento tem levado
os empresários a apostar em um melhor desempenho nos próximos meses. Para 64%, a
expectativa é de aumento nas vendas, ante apenas 4% que
acreditam em uma queda na receita. Ainda há 31% que não esperam mudanças no
faturamento.
Questionados
sobre possíveis investimentos no negócio, mais da metade (56%) disse ter feito
alguma melhoria, como compra de equipamentos (34%), reforma da empresa (29%),
ampliação do estoque (24%) e qualificação da mão-de-obra (21%). Em
contrapartida, 44% reconhecem não ter conseguido realizar nenhum tipo de
investimento para melhorias nos negócios.
Quanto ao
desempenho das vendas nos últimos seis meses, a maioria dos MPEs (49%) possui
uma visão positiva. Em contrapartida, 18% avaliam os resultados como ruim ou péssimo.
Já 33% disseram ter tido um faturamento regular.
Metodologia
O Indicador de
Confiança do Micro e Pequeno Empresário leva em consideração 800
empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com até 49
funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior.
Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por
parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100.
Fonte/Texto: CDL - Campos dos
Goytacazes