Animais foram resgatados pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) e estavam em reabilitação
Um dos momentos mais aguardados pelo Instituto Albatroz
chegou: a soltura de pinguins reabilitados pela instituição, que executa o
Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BC/ES) da Petrobras, em parte da Região
dos Lagos do Rio de Janeiro. Hoje (segunda, 06/10), um grupo de 16
pinguins-de-Magalhães retornou ao mar a bordo de uma embarcação em Arraial do
Cabo. Os animais, que foram resgatados nas praias de Cabo Frio, Búzios e
Arraial, estavam em reabilitação no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD)
do Instituto Albatroz. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do
licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
Desde julho, a equipe do Instituto Albatroz vem
resgatando e reabilitando os pinguins, envolvendo a dedicação de diversos
profissionais, como técnicos e monitores de campo, médicos veterinários,
biólogos e tratadores. Por serem animais gregários, a soltura de pinguins deve
ser feita em grupo. “É um momento único! Por isso, hoje, tentamos reunir quase
todos os colaboradores para participar da ação”, celebra a médica veterinária
Daphne Goldberg, responsável técnica da instituição.
De acordo com Daphne, durante os meses de outono e
inverno, os pinguins-de-Magalhães partem de suas colônias reprodutivas na
Patagônia Argentina em busca de alimentos em águas mais quentes, chegando ao
litoral brasileiro, principalmente às regiões Sul e Sudeste. Após a longa
jornada, esses animais, muitas vezes jovens e inexperientes, acabam encalhando,
fracos e exaustos, nas nossas praias. A interação com petrechos de pesca e a
poluição marinha podem agravar a situação.
A maior parte dos pinguins resgatados chegou ao Centro de
Reabilitação e Despetrolização (CRD) do Instituto Albatroz em estado crítico,
apresentando significativa magreza, hipotermia e debilidade. Durante a fase de
recuperação, os animais foram submetidos a um cuidadoso processo de
reabilitação que incluiu a administração de fluidos, terapia de aquecimento e
uma dieta especificamente formulada para atender às necessidades nutricionais.
Este regime intensivo permitiu um aumento de peso em até 60% durante o período
de tratamento. Exames laboratoriais e de imagem também foram realizados durante
o processo de recuperação das aves.
Para fins de monitoramento a longo prazo e estudos sobre
migração e saúde, microchips subcutâneos foram implantados nos animais antes da
liberação ao habitat natural. Além da identificação por microchips subcutâneos,
foram instalados transmissores satelitais para monitoramento pós-soltura. Os
dispositivos, de massa inferior a 3% da massa corporal, foram fixados na região
lombar, sobre as penas, por técnica adesiva, conforme protocolos
pré-estabelecidos para a espécie. Com os transmissores é possível acompanhar o
deslocamento dos pinguins em tempo real, saber quanto tempo levam para chegar
às colônias e, ainda, se o grupo permanece unido ao longo da viagem de volta
para casa.
O que fazer ao avistar um pinguim:
. Caso o animal esteja nadando, não o retire da água, não
se aproxime e nem o encurrale. Ele pode estar apenas descansando mais próximo à
faixa de areia
. Se estiver na areia, não o devolva ao mar
. Não alimente
. Não o coloque no gelo ou em balde com água, eles chegam
à nossa região com muito frio e estão em busca de temperaturas mais quentes. O
pinguim-de-Magalhães é uma espécie que vive em climas mais amenos
. Acione imediatamente a equipe do Projeto de
Monitoramento de Praias através do telefone 0800 991 4800 – a mesma
recomendação vale ao avistar outros animais marinhos na faixa de areia, vivos
ou mortos
Projeto de Monitoramento de Praias
O Instituto Albatroz, que conta com um Centro de
Visitação em Cabo Frio, executa o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da
Petrobras em Cabo Frio, Búzios e parte de Arraial do Cabo, somando 25 praias
espalhadas por 54 quilômetros de litoral. O monitoramento é feito diariamente a
pé e com o uso de quadriciclos por técnicos e monitores.
O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) foi
desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental
federal das atividades da PETROBRAS de produção e escoamento de petróleo e gás
natural. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental
federal, conduzido pelo Ibama.
Sobre o Instituto Albatroz
O Instituto Albatroz é uma Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público (Oscip) que desde 2003 trabalha em parceria com o poder
público, empresas pesqueiras e pescadores para a conservação de albatrozes e
petréis que se alimentam em águas brasileiras. O Instituto Albatroz coordena o
Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras
Socioambiental, que conta com bases em Cabo Frio (desde 2014), Santos (SP),
Itajaí e Florianópolis (SC) e Rio Grande (RS).
Telefone de contato para acionamento do
PMP-BC/ES na Região dos Lagos: 0800 991 4800
Fonte/Texto: Jornalista Gracie Croce