segunda-feira, 6 de outubro de 2025

INSTITUTO ALBATROZ FAZ SOLTURA DE 16 PINGUINS-DE-MAGALHÃES A BORDO DE EMBARCAÇÃO EM ARRAIAL DO CABO (RJ)

Animais foram resgatados pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) e estavam em reabilitação 











Um dos momentos mais aguardados pelo Instituto Albatroz chegou: a soltura de pinguins reabilitados pela instituição, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BC/ES) da Petrobras, em parte da Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Hoje (segunda, 06/10), um grupo de 16 pinguins-de-Magalhães retornou ao mar a bordo de uma embarcação em Arraial do Cabo. Os animais, que foram resgatados nas praias de Cabo Frio, Búzios e Arraial, estavam em reabilitação no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) do Instituto Albatroz. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama. 

Desde julho, a equipe do Instituto Albatroz vem resgatando e reabilitando os pinguins, envolvendo a dedicação de diversos profissionais, como técnicos e monitores de campo, médicos veterinários, biólogos e tratadores. Por serem animais gregários, a soltura de pinguins deve ser feita em grupo. “É um momento único! Por isso, hoje, tentamos reunir quase todos os colaboradores para participar da ação”, celebra a médica veterinária Daphne Goldberg, responsável técnica da instituição. 

De acordo com Daphne, durante os meses de outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães partem de suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina em busca de alimentos em águas mais quentes, chegando ao litoral brasileiro, principalmente às regiões Sul e Sudeste. Após a longa jornada, esses animais, muitas vezes jovens e inexperientes, acabam encalhando, fracos e exaustos, nas nossas praias. A interação com petrechos de pesca e a poluição marinha podem agravar a situação. 

A maior parte dos pinguins resgatados chegou ao Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) do Instituto Albatroz em estado crítico, apresentando significativa magreza, hipotermia e debilidade. Durante a fase de recuperação, os animais foram submetidos a um cuidadoso processo de reabilitação que incluiu a administração de fluidos, terapia de aquecimento e uma dieta especificamente formulada para atender às necessidades nutricionais. Este regime intensivo permitiu um aumento de peso em até 60% durante o período de tratamento. Exames laboratoriais e de imagem também foram realizados durante o processo de recuperação das aves. 

Para fins de monitoramento a longo prazo e estudos sobre migração e saúde, microchips subcutâneos foram implantados nos animais antes da liberação ao habitat natural. Além da identificação por microchips subcutâneos, foram instalados transmissores satelitais para monitoramento pós-soltura. Os dispositivos, de massa inferior a 3% da massa corporal, foram fixados na região lombar, sobre as penas, por técnica adesiva, conforme protocolos pré-estabelecidos para a espécie. Com os transmissores é possível acompanhar o deslocamento dos pinguins em tempo real, saber quanto tempo levam para chegar às colônias e, ainda, se o grupo permanece unido ao longo da viagem de volta para casa.

O que fazer ao avistar um pinguim:

. Caso o animal esteja nadando, não o retire da água, não se aproxime e nem o encurrale. Ele pode estar apenas descansando mais próximo à faixa de areia

.  Se estiver na areia, não o devolva ao mar

. Não alimente 

. Não o coloque no gelo ou em balde com água, eles chegam à nossa região com muito frio e estão em busca de temperaturas mais quentes. O pinguim-de-Magalhães é uma espécie que vive em climas mais amenos

. Acione imediatamente a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias através do telefone 0800 991 4800 – a mesma recomendação vale ao avistar outros animais marinhos na faixa de areia, vivos ou mortos

Projeto de Monitoramento de Praias 

O Instituto Albatroz, que conta com um Centro de Visitação em Cabo Frio, executa o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras em Cabo Frio, Búzios e parte de Arraial do Cabo, somando 25 praias espalhadas por 54 quilômetros de litoral. O monitoramento é feito diariamente a pé e com o uso de quadriciclos por técnicos e monitores. 

O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) foi desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da PETROBRAS de produção e escoamento de petróleo e gás natural. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.

 Sobre o Instituto Albatroz

O Instituto Albatroz é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que desde 2003 trabalha em parceria com o poder público, empresas pesqueiras e pescadores para a conservação de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O Instituto Albatroz coordena o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, que conta com bases em Cabo Frio (desde 2014), Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC) e Rio Grande (RS).

Telefone de contato para acionamento do PMP-BC/ES na Região dos Lagos: 0800 991 4800

Fonte/Texto: Jornalista Gracie Croce