Entre elas, dois petréis-gigantes-do-Sul, espécie marinha pouco comum no Sudeste
O Instituto Albatroz iniciou o mês de agosto realizando a
soltura de três aves reabilitadas pela instituição: dois
petréis-gigantes-do-Sul (Macronectes giganteus), espécie marinha pouco
comum no Sudeste, e uma gaivota (Larus dominicanus), mais conhecida como
gaivotão. As ações aconteceram na praia da Pernambuca, em Araruama, onde fica o
Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) da entidade. O Instituto
Albatroz, que conta com um Centro de Visitação em Cabo Frio, executa o Projeto de
Monitoramento de Praias (PMP-BC/ES) da Petrobras na Região dos Lagos (Búzios,
Arraial do Cabo e Cabo Frio). A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do
licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
Aves pouco comuns na Região dos Lagos – sendo observados
em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul – os dois petréis foram resgatados em
Saquarema e Arraial e chamam a atenção pelos exóticos tubos nasais,
fundamentais para garantir uma alta eficiência olfativa enquanto buscam
alimentos em meio às amplas extensões oceânicas. Eles chegaram ao CRD no dia 16
de julho e foram reintegrados à natureza no dia 02 de agosto. Já o gaivotão
ficou quase dois meses em tratamento, entre 10 de junho e 05 de agosto. “Quando
recebemos a gaivota, ela apresentava uma notável assimetria no posicionamento
das asas, acompanhada de dificuldade para voar. O tratamento intensivo incluiu
sessões de laserterapia, fisioterapia e suplementação específica para
fortalecimento. Durante a soltura, a ave demonstrou sua recuperação ao alçar um
voo gracioso, evidenciando o sucesso do tratamento recebido”, comemorou a médica
veterinária Daphne Goldberg, Responsável Técnica do Instituto Albatroz.
Sobre os Petréis
Petréis são aves marinhas migratórias e pertencem à ordem
Procellariformes (do latim procela, tempestade), que inclui também os
albatrozes. Estas aves passam a maior parte da vida pelo oceano aberto buscando
alimento, voando sobre a água ou pousando nela. Visitam costas ou ilhas apenas
para se reproduzir e cuidar do filhote. Diferenciam-se dos albatrozes, em
especial, por conta do posicionamento dos tubos nasais que, nos petréis,
apresentam-se na forma de tubos na parte superior do bico, enquanto em albatrozes
são mais discretos e se encontram nas laterais do bico. Ambos os grupos
necessitam de uma alta eficiência olfativa para encontrarem alimentos em amplas
extensões oceânicas.
Os petréis-gigantes-do-sul em reabilitação no CRD do
Instituto Albatroz destacam-se pelo tamanho impressionante - podendo
ultrapassar 2 metros de envergadura de asas - e pelas suas adaptabilidades
ecológicas, que lhes permitem sobreviver em condições extremas no hemisfério
sul. Esta espécie é notavelmente competitiva, tanto em relação a outros petréis
quanto a aves de outras espécies. Esse comportamento é frequentemente observado
durante a alimentação, onde disputam ferozmente as carcaças e os descartes de pesca.
Embora o Macronectes giganteus tenha uma
ampla distribuição e seja atualmente classificado como "Pouco
Preocupante" em relação à ameaça de extinção pela União Internacional para
a Conservação da Natureza (IUCN), ele enfrenta diversos desafios. Entre as
principais preocupações estão a interação com espécies exóticas em suas
colônias, a poluição marinha, a captura incidental na pesca (bycatch) e
as mudanças climáticas, que podem alterar a disponibilidade de alimento.
Projeto de Monitoramento de Praias
O Instituto Albatroz, que conta com um Centro de
Visitação em Cabo Frio, executa o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da
Petrobras em Cabo Frio, Búzios e parte de Arraial do Cabo, somando 25 praias
espalhadas por 54 quilômetros de litoral. O monitoramento é feito diariamente a
pé e em quadriciclos por técnicos e monitores.
O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) foi
desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental
federal das atividades da PETROBRAS de produção e escoamento de petróleo e gás
natural. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental
federal, conduzido pelo Ibama.
Sobre o Instituto Albatroz
O Instituto Albatroz é uma Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público (Oscip) que desde 2003 trabalha em parceria com o poder
público, empresas pesqueiras e pescadores para a conservação de albatrozes e
petréis que se alimentam em águas brasileiras. O Instituto Albatroz coordena o
Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras
Socioambiental, que conta com bases em Cabo Frio (desde 2014), Santos (SP),
Itajaí e Florianópolis (SC) e Rio Grande (RS).
Telefone de contato para acionamento do
PMP-BC/ES na Região dos Lagos: 0800 991 4800
Fonte/Texto: Gracie Croce